segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Dalila Moura Baião





Nota: Não, não é ficção, não são invenções, não é imaginário, nada disto é deturpado, não são calúnias, não são manobras e sabotagens. Isto aconteceu!... Um determinado maluco-lúcido (ou vice-versa), criminoso hediondo da História Universal, queria criar uma raça única, aquela de especificidade superior, aquela à qual nem ele poderia pertencer. Mas nós somos todos diferentes e todos iguais, ou não?!... Mas ela queria, ele queria… não sei o quê?! Vai daí, ele e os seus súbditos e a nação que os sustentava decidiu espezinhar, dizimar, chacinar, exterminar, das formas mais rudes, cruéis e impensáveis por qualquer sociedade de partilha ou membro da mesma, minimamente humana. Isto aconteceu mesmo! Jamais poderemos esquecer, jamais! Foi na década de quarenta do século passado, infelizmente.

A Dalila traz-nos, no seu recente livro editado, “No Fio da Memória (o holocausto na cáustica manta do tempo)”, sob a chancela da Lua de Marfim, esse enredo duro, impensável… mas aconteceu. Uma poética sublime, intensa, muito bem construída, sofrida, plena de versos imagéticos, que nos embrenham na realidade, uma história negra, pontificada por um dos maiores ditadores de sempre: Hitler!...

Aconselho que leiam esta grandiosa obra poética, e nunca esqueçam tal passagem negra da História da Humanidade… porque isto aconteceu, mesmo!  

12.

As bestas, NÃO!
Eram crianças, meu Deus!
Tinham pássaros no peito
a esvoaçar…
A morte a gritar: Deixem-nos viver!
E o homem a impor o martírio
na crueldade dos instantes
perversos
bestializados na sombra
onde as aves sem gorjeios
ousavam soltar lamentos de esperança.
Olhos de paz – crianças –
rasgo de inquietação a pulsar:
Nos olhos, no tempo, na mágoa do desconhecido…
Na casa esventrada e no choro aniquilado,
na tortura.

Dalila Moura Baião, in “ No Fio da Memória (o holocausto na cáustica manta do tempo)”, página 24, edições Lua de Marfim, Maio de 2016.  

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