quarta-feira, 29 de março de 2017

O tempo é poesia


Imagem da net.




E a hora desesperou
tardia
num tempo 
que tardou 
sem ter tempo.

Entre o tempo 
em que tardou a espera
daquele verso
que o poema não findou.

Demorou tanto a chegada
que pela partida ansiou.

Logo a palavra
com entusiasmo
num sem tempo 
se deslumbrou.

O poema nessa quimera
quedo ali se finou
amargurado pela espera
que o verso nunca criou.

Autópsia da descoberta
num tempo morto
futilizado 
quase ocaso afinal.

Surge a montante
o sentido para o verso
e acontece a palavra certa
para o poema renascer.

Este o tempo de existir
do criar
e do porvir
ou a simples evidência
da poesia a acontecer.


António MR Martins

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