Dalila Moura Baião, imagem da net.
ASSOMBRO DE ASAS
No
intervalo das árvores o céu rompia o útero
das
nuvens e cumpria o mistério de ser rio.
Alagadas
as horas, invertiam o tempo na corrida
e
deslizavam para norte ocupando as águas na terra
rasgada
de vozes e assombro de asas.
O
peixe e o pão! Divino banquete nas bocas famintas
guiadas
num verso rezado a propósito da seiva
a
circular nas mãos
onde
cabia uma maré de contentamento
ou
simplesmente a fúria fervida
de
beber a dor de nada ter. Os pássaros inventaram ninhos
onde
a esperança se entrelaça! É preciso colher novo voo e
soltar
as mãos!
Dalila Moura Baião, in “Quando o mar corre no peito”, página 46,
edições El Taller del Poeta S. L. (Espanha), 2014.
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