domingo, 2 de dezembro de 2018

gisela ramos rosa


gisela ramos rosa, imagem da net.




[Quando o caminho]

Quando o caminho
é um grão que desenha o movimento
e com os seus passos lentos não apela o abismo
ou a vertigem dos que persistem na roda da matéria

quando o caminho é um rio que se prolonga
restituindo um novo olhar sobre a Casa
e persiste escrevendo ondulações sobre o espaço
nos ramos das árvores nas janelas nos muros
em redor do coração de quem sente

quando o caminho é um rebento que agita e leva
a raiz para um lugar sem fronteiras enunciadas

o Ser é a Casa, espaço que flutua
Alma onde as pedras se elevam
como escada para a herança
das árvores que queremos abraçar

gisela ramos rosa, in “tradução das manhãs”, página 24, edições Lua de Marfim, 2013.

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