Julieta Fatal
Ingenuidades
Ó
meu amor, foi toda nua, toda,
que me tomaste, meu amor, tomaste!
Nua de tudo, meu amor, de tudo,
nua de afecto, meu amor, de afecto.
Eu só na rua, numa grande roda,
toda metida no ângulo recto,
serena e muda,
como convém a quem
por tudo se desnuda!
E
assim tão nua, meu amor, tão nua!
Falei do mundo, meu amor, falei!
Do sangue todo que apodrece na rua,
da mágoa toda que entontece a rua,
da vida toda que escurece a rua,
e toda nua, meu amor, tão nua,
andei febril e a divagar sem lei!
Agora,
amor, ó meu amor, agora,
não deites fora o que na rua dei!
Julieta Fatal, in “Ingénuo,
Leve, Rasgado”, página 12.
que me tomaste, meu amor, tomaste!
Nua de tudo, meu amor, de tudo,
nua de afecto, meu amor, de afecto.
Eu só na rua, numa grande roda,
toda metida no ângulo recto,
serena e muda,
como convém a quem
por tudo se desnuda!
Falei do mundo, meu amor, falei!
Do sangue todo que apodrece na rua,
da mágoa toda que entontece a rua,
da vida toda que escurece a rua,
e toda nua, meu amor, tão nua,
andei febril e a divagar sem lei!
não deites fora o que na rua dei!
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