Mulheres uniformizadas pela religião
Salto alto e vestido de missa
Tirados do armário da sua submissão
Véu de renda branco avisa
Que o terço está na outra mão
E todos os seus pudores na brisa
Saída do perfume do seu tesão. Mulheres domesticadas em comunhão
Caminham em fila para o altar
Na visão da mente em procissão.
Muitas vezes, ao caminhar
Deixam aparecer no vão,
Por baixo da bainha, empinar
Sua fabulosa cauda em ascensão
Tão selvagem quanto seu amar
De alma faminta, não de oração
Mas de um espírito no ar
Da sua própria natureza e compreensão
Latente no seu âmago um respirar
Feminino adormecido no coração
De uma fêmea que vive a sonhar
Com uma verdadeira paixão!
*Aos meus amigos, um aviso: Entre 4.428 inscritos na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, este poema e um conto meu foram escolhidos.
Helen De Rose
1 comentário:
Eu gostaria muito de estar ai, do seu lado, para te dar um beijo e um abraço bem carinhoso. Sua generosidade me encanta e me emociona. Meu querido António, obrigada por existir em minha vida, hoje e sempre!
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