quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Hoje matei um poema!


Assassinei-o a sangue frio ainda antes de ele nascer, quando o apanhei distraído a desenhar-se-me no vácuo do pensamento. Asfixiei-o até ao fim e nem senti qualquer remorso pelo acto do aborto... estrangulando-lhe sem piedade as artérias das palavras medonhas que se haviam gerado contra a minha vontade após ter ingerido alguns goles de sémen envenenado pela inveja da vingança estéril, num devaneio da minha mente. Caiu redondo no chão como um fruto apodrecido muito antes do tempo...Ninguém viu nada, ninguém ouviu um só gemido que fosse. Matei-o pela calada do meu silêncio, antes que o parisse num impulso e o abandonasse à sua sorte e à luz do dia, numa qualquer valeta pestilenta onde outros o encontrassem e o matassem de desprezo...


Lurdes Dias (Cleo)


3 comentários:

impulsos disse...

E aqui estou eu de novo...
E o que encontro?
Um escrito meu!

António, mais uma vez me brindas com este destaque o que me faz sentir "importante".

Mil obrigados!!

Espero que os leitores que por aqui vão passando, gostem.

Beijo

impulsos disse...

Aquela Lurdes ali em cima, sou eu, pois então!

António MR Martins disse...

Lurdes,

E és importante.

Um texto teu no meu blogue só o vem valorizar.

Beijinho

António MR Martins