segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quietude...(i)

(...e a Natureza)


Devagar, devagarinho…
Chega o Sol no seu raiar,
Seus raios de ouro fininho
Para a Terra iluminar.


Devagar, devagarinho…
Passa a brisa no pairar,
Ficando o ar tão fresquinho
Tão puro p’ra respirar.


Devagar, devagarinho…
Cai a neve no telhado,
Vai ficar tudo branquinho
Num ambiente gelado.


Devagar, devagarinho…
A nuvem branca a passar,
Parece algodão branquinho
Que anda no céu a voar.


Devagar, devagarinho…
Vai a flor desabrochar,
Deixa no ar um cheirinho,
Quando a manhã vai chegar.


Devagar, devagarinho…
A ave no seu glissar,
Vai direitinha p’ro ninho,
Há “biquitos” a chilrear.


Devagar, devagarinho…
Corre a água no ribeiro,
Vai rolando de mansinho
Como se fosse um goteiro.


Devagar, devagarinho…
Pelo mar a saltitar
Um cardume de golfinhos,
Felizes no deu brincar.


Devagar, devagarinho…
As brandas ondas do mar
Vão à praia, com carinho
A fina areia beijar.


Devagar, devagarinho…
Cai a chuva no pingar,
Fica tudo molhadinho
P’ra Natureza brindar.


Devagar, devagarinho…
Vai o Sol a declinar,
E assim deixar o caminho
Para a Lua clarear.


Devagar, devagarinho…
Foi-se o Sol, vem o luar,
E um luzeiro pequenino
Dum vaga lume a brilhar.


António Boavida Pinheiro

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