(...e a Natureza)
Devagar, devagarinho…
Chega o Sol no seu raiar,
Seus raios de ouro fininho
Para a Terra iluminar.
Devagar, devagarinho…
Passa a brisa no pairar,
Ficando o ar tão fresquinho
Tão puro p’ra respirar.
Devagar, devagarinho…
Cai a neve no telhado,
Vai ficar tudo branquinho
Num ambiente gelado.
Devagar, devagarinho…
A nuvem branca a passar,
Parece algodão branquinho
Que anda no céu a voar.
Devagar, devagarinho…
Vai a flor desabrochar,
Deixa no ar um cheirinho,
Quando a manhã vai chegar.
Devagar, devagarinho…
A ave no seu glissar,
Vai direitinha p’ro ninho,
Há “biquitos” a chilrear.
Devagar, devagarinho…
Corre a água no ribeiro,
Vai rolando de mansinho
Como se fosse um goteiro.
Devagar, devagarinho…
Pelo mar a saltitar
Um cardume de golfinhos,
Felizes no deu brincar.
Devagar, devagarinho…
As brandas ondas do mar
Vão à praia, com carinho
A fina areia beijar.
Devagar, devagarinho…
Cai a chuva no pingar,
Fica tudo molhadinho
P’ra Natureza brindar.
Devagar, devagarinho…
Vai o Sol a declinar,
E assim deixar o caminho
Para a Lua clarear.
Devagar, devagarinho…
Foi-se o Sol, vem o luar,
E um luzeiro pequenino
Dum vaga lume a brilhar.
António Boavida Pinheiro
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