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Se espraia de ti a noite decorada
nessa nudez inquietante e desejosa,
em veios duma doçura embriagada,
empolgante e sadicamente majestosa.
Teus
lábios sequiosos quase tudo comportam
e
teus tímpanos acolhem o silêncio da voz,trauteando em ritmos que não abortam
a corrida do teu ínfimo rio para a foz.
Sulcas
a montanha do entendimento,
aspiras
à globalidade do universoe omites negações do esquecimento.
Ruborizas
a cada gesto desconexo
no
palpitar de cada sensual fragmento,onde aguardas que de ti se escreva o verso.
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