domingo, 9 de julho de 2017

Espinho(s) da vida ou da morte


Espinho, imagem da net.



Trago comigo memórias perdidas
ao relento do teu aroma perfumado
hortelã do teu regaço
e dos pássaros cantando ao desafio
por entre a bruma do esquecimento.

Vieste do outro lado
abraçar-me sem preconceito
num afago abundante
repleto de amizade simples e pura
por entre os sonhos inacabados.

Trago o som das tuas palavras
no meu recôndito espaço-ouvinte
e no âmago um aperto inalterável
perante a tua imagem sentida
e no grave da tua voz,
silenciada nos tempos,
se estende o meu caminho.

Sinto-te todos os dias
companheiro das horas calmas
e da agitação das conversas,
sorridas ou choradas,
conforme as circunstâncias.

Verde ou azul
vale o verbo da vida
na diferença das margens do ser
e do pendor proeminente
dos laços que unirão para sempre
nossas vivas (in)existenciais.

 
António MR Martins

Sem comentários: