Joaquim Pessoa, imagem da net.
BOM DIA,
MEU AMOR!
Acordo-me. Acordo-te. Sorrio.
E sobre a tua pele que a minha adora,navega o meu desejo, esse navio
que sempre parte e nunca vai embora.
E como um animal uivando o cio
de um milénio, de um mês ou uma hora,não sei se morro ou vivo, ou choro ou rio,
só sei que a eternidade é o agora.
E calam-se as palavras, uma a uma,
feitas de sal, saliva, dor e espuma,com a exacta dosagem da alegria.
Bom dia, meu amor! O teu sorriso
é tudo o que me falta, o que eu precisopara acender a luz de cada dia.
Joaquim Pessoa, in “Os dias não andam satisfeitos”, página
53, Edições Esgotadas, Março 2017.
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