sexta-feira, 21 de julho de 2017

Vozes silenciadas


Por terras de Pedrógão Grande. Foto de António Martins.



Esgravatam os ânimos rebeldes
Indispostos pela tolerância
E para tantos outros afagos

Os fogos se desvanecem
Os pruridos se elevam
As mentes enlouquecem
E as verdades não se revelam

As melodias são confusas
E a ilusão incorporam
Entre tantas palavras difusas

Os aceiros já não dividem
As pedras esmorecem
As árvores não se agitam
As vozes não têm comando
E as vidas não têm conserto
Pelo desespero que assentam

Há um cântico amordaçado
Em tanta voz do silêncio

 
António MR Martins

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