quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Noites de Dezembro em Ansião


Imagem da net.





O verso fecha-se

à uma da madrugada

enquanto lá fora o gato mia

intrépidas sonoridades

de consecutivo alarido.



O vento descarta

seu esbracejar empolgante

e os silêncios deixam de se manifestar

por entre o usurpador movimento

da tempestade.



A chuva tomba a cântaros

ou a barris ou contentores

que inundam a terra

até ao nível do solo que a sustenta.



As luzes apagam-se em cada casa

e os seus moradores

recolhem avidamente aos seus leitos

aconchegando-se entre lençóis e mantas

e silenciando-se ante o alto ruído que soa em seu redor.



Nas suas preces madrugadoras

anseiam a espera da próxima manhã

e que ela traga o amainar deste enorme prurido.



António MR Martins

Sem comentários: