Rio Ceira, foto de Gonçalo Lobo Pinheiro.
Neste
rio que nos acolhe
pelo
olhar do desejo
no
pulsar de quem escolhe
companheiro
dum instante
amor
que tanto desejo
num
destino tão distante.
Neste
rio correm memórias
rasas
de alegria e dor
ante
pedras com glórias
e
peixes da substância
nas
águas com seu fulgor
e
gotas da abundância.
Vê-lo
caminhar é sonho
jamais
será pesadelo
síndrome
que contraponho
apesar
da sua altivez
sua
corrente é novelo
rodeada
de sensatez.
Em
percursos triunfantes
se
desenrola no leito
entre
as margens-amantes
que
irão dar a condição
de
não encontrar defeito
pela
sua estruturação.
Companheiro
manifestou
seus
ruídos de grandeza
onde
tanto ser se refrescou
se
o passo é dolente
nas
redes da incerteza
feição
de se sentir gente.
São
as águas do meu país
envolvidas
num rio só
num
princípio duma raiz
que
cresce e lá vai veloz
num
enorme desafio
de
correr pra sua foz.
Que
este rio é um povo
dum
Portugal que se sente
procura
um sentir novo
nas
réstias da liberdade
para
voltar a ser gente
sentindo
felicidade.
António MR Martins