Alberto Pereira, imagem na net.
V
Não venhas agora,
as árvores tremem nos móveis
e a tempestade não adormeceu na cama.
Os lençóis assobiam o teu nome
e dizem os retratos,
os pássaros são barcos para a insónia.
Não venhas agora,
as paredes hospedaram o vento
e nos atris os versos dançam falésias.
Há livros com janelas doentes
e as histórias agasalham-se no
nevoeiro.
Não venhas agora,
as paisagens passeiam naufrágios
e Agosto está numa cadeira de rodas.
Quando regressares,
os dias estarão sós.
Alberto
Pereira, in “Viagem à Demência dos Pássaros” (CRÓNICAS DO
NEVOEIRO), página 54, edições {glaciar}, 2017.
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