terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Natal 2020

 

Imagem da net.


Constata-se o quebrar contínuo

da (des)união da Humanidade

e a chegada de um capítulo sem luz

vindo de um túnel sem ter fim.

 

Há uma máscara que esconde perfis

e amedronta os diversos olhares

que esconde as amarguras da vida

e sustém todos os cheiros da natureza.

 

Há um gel alcoolizado

que age inusitadamente

como possível emenda

de todas as atitudes incoerentes.

 

Parece que o Natal anterior

já foi há tantos anos…

 

Os corpos e suas mentes desgastam-se

nesta conjuntura do desapoio

e as bocas falantes vociferam opiniões

de amplitude variável.

 

O conceito de que Natal é quando se quiser

também não tem paradeiro nesta vigência.

 

O anseio e a tristeza acorrentam-nos

toda possível liberdade

e há uma lágrima tímida e perdida

que cai na âncora do desespero.

 

António MR Martins


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