segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

declives sem rigor

 

Imagem na net.


vejo ferrugem nos olhos da podridão
amargos de boca pela saliva que nos seca
de forma salgada e calcificada
de grosso modo
 
putrifica-se o ambiente
e o cheiro nauseabundo sente-se
na inexistência do mesmo
perante um chão desolador
que vai acontecendo nas palavras
de qualquer divulgador
de determinados textos
vulgo notícias
num arrasto viciante
e que todos ouvem
em sentido petrifico
 
o receio é a mola desfeita de todos os nossos dias
num acervo de dores e de incómodos
simplesmente acomodados
 
invade-se ou não se invade
eis a questão
mas a guerra faz-se na mesma
em todos os momentos
corroendo a sociedade
e limitando-a à simples alienação
sustida pela prisão duma teia financeira
que nos faz doer os dias
os meses e os anos
cada vez mais… e mais… e mais…
 
mas há limites para tudo
e tudo tem os seus limites.
 
 
António MR Martins

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