quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O mar de tantos (des)encantos



E o mar não tinha braços
nem ondulação hostil,
entre as vértebras do descanso,
num amainar assaz profundo.

Acariciava as rochas,
que pendiam das escarpadas,
por entre o sorridente raiar
da luz do sol que despontava.

E nas grutas das memórias
então ele se espraiava
numa sensualidade suprema
e no aconchego da sua paz.

Esse mar também bravio
que ultimou tanto destino
onde feneceram existências,
tem por ora a plena virtude
de meigamente se encostar
à doce orla que o acolhe.

E o voo das aves festeja-o
numa alegria sem limites.


António MR Martins

imagem da net (dreamstime.com)

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