E o mar não tinha braços
nem ondulação hostil,
entre as vértebras do descanso,
num amainar assaz profundo.
Acariciava as rochas,
que pendiam das escarpadas,
por entre o sorridente raiar
da luz do sol que despontava.
E nas grutas das memórias
então ele se espraiava
numa sensualidade suprema
e no aconchego da sua paz.
Esse mar também bravio
que ultimou tanto destino
onde feneceram existências,
tem por ora a plena virtude
de meigamente se encostar
à doce orla que o acolhe.
E o voo das aves festeja-o
numa alegria sem limites.
António MR Martins
imagem da net (dreamstime.com)
Sem comentários:
Enviar um comentário