Rasgo o contacto
Que tinha no papel
A palavra daquilo que sinto
Interajo veementemente
Com o rasto deixado
E com tudo o que pressinto
Doutro modo
Fervilha o estado passageiro
Da palavra e sua grandiosa força
Reluz a esperança
Na envolvência semi-contida
Por mais papéis que rasgue e torça
Às vezes a escrita é tão pouco
Quando a palavra é tudo
No reverso do simples encantamento
Outras vezes nada acontece
E então perde-se a carruagem
Que passa na estação em andamento
António MR Martins
Foto by Gonçalo Lobo Pinheiro, Londres (Metro).
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