Chamaram-te Vénus
não se percebe por que razão.
O teu rosto é de terra
e dos seios pesados que acaricio
emana o eflúvio esmaecido
das águas de mosto onde vegeta a vida.
Toco-te o ventre
iluminado por tantas promessas
e o teu som é cavo e mudo
como a seiva invadindo as árvores
Mas os homens
lançam sem cessar teu nome escuro
à chama do desejo:
acreditam talvez que,
por fim,
não tenham de regressar
ao útero matricial
que coroa a tua escultura silenciosa
Sara Timóteo
1 comentário:
Muito me honra este seu miminho!
Obrigada pela leitura maravilhosa que fez do meu poema «Vénus Antiga».
Fiquei comovida e agradavelmente surpreendida!
Cumprimentos calorosos para o amigo poeta,
Sara Timóteo
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