segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sem nada nas mãos


Imagem da net, em: www.hpdeus.blogspot.com



Esta razão que não tenho
Pedaço de vida perdido

Esta raiz do medo
Entre um coração dorido

Asfalto da compensação
Desta via sem destino

Percurso de tantos abraços
De mentes sem ter tino

Este aperto me consome
Na pele em que transpiro
Este sentir que em mim dorme
Pelo ar que aqui respiro

Sei de ti tanto e tão pouco
Nas sobras deste lamento

Um olhar que se transforme
Alimento sem condimento

Neste adeus logo à chegada
Pela partida se consomou

Frágil sentido da vida
Que tudo aqui deixou

 
António MR Martins

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