Sellma Luanny, foto jornal "Hoje Macau", na net.
ANSIEDADE
Desassossego da espera
pelo intangível da inexistência.
Tudo, nenhum.
Tanto, no imaginário.
Hipotético, apenas.
Planos e mais planos,
feitos e desfeitos,
atrás de adiantadas preparações.
Confabula-se consigo
ou com um cúmplice, se houver.
Sofre-se em desnecessária angústia
ante expectativa que não finda,
por algo que se vislumbra
somente no insuflado pensar.
Se se chega ao esperado dia
e o tão sonhado, realidade se torna,
a grandeza do desejado prémio,
já se dissipou pelo caminho.
Mas, já é suficiente quando
o final se justifica pelo ganho.
Pois, sonhar e ansiar, de antemão,
por incógnitas, é pura ilusão.
Do futuro, não se sabe nada!
Macau, 28 de Abril, 2017
Sellma Luanny, in “Poemas Matizados”, página 81, edições Livros do
Oriente, Macau, Fevereiro de 2018.
2 comentários:
Docemente ansiosa Sellma,
amiga tardia, embora colega precoce,
meu prêmio inesperado depois de tanto tempo,
contraponto ao tema do seu poema,
exceção que confirma a regra,
Um beijo, e minhas congratulações.
Querido Joaquim!
Você que não diz ser um Poeta, transmite na doçura das suas linhas, o perfume da Poesia.
O seu comentário é pura Poesia,bailando com a minha.
Muito obrigada.
Beijos,
Sellma
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