sábado, 3 de março de 2018

Xavier Zarco


Xavier Zarco, imagem da net.





14.

Sabia de uma guitarra
que aconchegava as vozes
nas noites de inverno.

Do vinho jorrando
em fontanários de madeira.

Dos corpos celebrando
a conjugação
das colheitas.

Não sabia do mar,
não partilhava o destino
dos rios.

O seu sonho era ficar.

Guiar a água
que guardava.

Xavier Zarco, in “O guardador das águas” (Prémio de Poesia Vitor Matos e Sá (FLU Coimbra, 2004)), página 26, edições Mar da Palavra, colecção Poemar, no. 3, Novembro de 2005.    

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