terça-feira, 28 de setembro de 2010

A palavra pereceu (pura ficção)

Me entonteceu o declinar da palavra
sem a plausível justificação para tal;
senti no sabor a boca bem amarga,
num paladar tão diverso e desigual.

Revolveram a falta do valor imenso,
que representa a escrita num papel;
omisso num contexto não propenso
e tão sentido como tela sem o pincel.

Esqueceram as metáforas e as vogais,
consoantes, sílabas e as preposições,
adjectivos e as conjugações verbais.

Não foram permitidas mais ilações,
nunca mais legendaram os vitrais
e deixaram de emitir as certidões.


António MR Martins

foto in http://www.lavanderiavirtual.com/2007_10_01_archive.html (na net)

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