Entres as pedras gastas do cais
abalroa o navegar preciso
e coerente
da imensidão da bravura incontida
restam lampejos
de águas passadas por tantas memórias
Ali se afundou
a parte sobrante do riso
de imensa gente
Saem as últimas loucuras
em devaneios
no tempo tido por profícuo
em cada respirar
Eis o susto da sobrevivência
numa avaliação constante
como um mero aviso
de fugaz apelo irreverente
A sobra é inconsistente
e o espaço que a medeia
improvisa o desequilibrado futuro
sem a mínima noção exacta
do que são a polivalência
e a exemplar capacidade do mundo
Faltam as decisões
na validade da esperança
Uma réstia de fundamentos
perspicazes e relevantes
encandeia um sol posto
perante este apagado sorriso
entre a penumbra
de todo o ofício pendente
Do inferno ao paraíso
há um trato emergente
que se separa
no ápice de cada descontentamento
Eis um abraço que guiso
por cada olhar saliente
entre o melindre
do que é preciso
e o fastidioso
estado de conivente
António MR Martins
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