quinta-feira, 23 de junho de 2011

a tua voz


a tua voz
:uma alameda de sons
encostada ao corpo,
traz-me a pedra das infâncias
a afiar-me os dedos
a mim
que sei de navalhas
o que outros sabem das mortes
como se os dedos
pudessem ir além do gesto.
O gosto do sangue é este:
- dizeres-me em que camas te despiste
         que outros nomes intima disseste.


Mário Contumélias

in livro "O Ofício das Coisas", colecção "imagem do corpo", nº. 34, página 56, edições Ulmeiro.

Sem comentários: