Esparso e subtil era o pólen da pedra
e a sua amêndoa opaca cintilava
como um punho de nervos e de olhos
entre os joelhos negros da matéria.
Era um porto de folhas como um barco
suspenso ou um fruto do silêncio.
A luz incidia sobre os montes vermelhos
cerimoniosamente lentos e suaves.
Algo amanhecia em fluvial frescura
como um jorro de frágil cristal.
António Ramos Rosa
in livro "DEZASSETE POEMAS", 1992, página 49, Editorial Escritor, Lda.
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