E este frio cortante
Que a cada noite se fortalece
Devassa-nos a concentração
O sentido das palavras
Em vãs exultações
Já não urde quaisquer perspectivas
E o frio mais empobrece
A resistência comum
Regelando tantos corpos amorfos
Alguns movimentos
Sacodem o mau estar
E o estado latente
Em que essa congelação acontece
As palavras continuam
Sem apoio valorativo
E tudo se esfuma
Velozmente
A inocuidade estabelece
Os próximos condimentos
Sem tempero nem paladar
António MR Martins
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