quarta-feira, 23 de março de 2016

Alvaro Giesta






[O arado sulca a terra]

O arado sulca a terra…
rasga-a,
mergulha no vazio
lavra a lavra
neste espaço em branco do silêncio;

a enxada a cava e a prepara
para a água a ferir com seu sémen,
para a colheita da palavra

No ventre prenhe da terra
a semente em ânsias por nascer
e ser árvore

Em demanda do azul,
o novo sol

Da convexidade do ventre convexo
nascem amplos os horizontes
que respiram na junção da terra ao corpo

A palavra se faz poema!

Alvaro Giesta, in “ Um Arbusto no Olhar”, página 27, edições Calçada das Letras, Outubro de 2014.

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