domingo, 6 de março de 2016

Joaquim Alves





XXXII

Encontrámos aqui o vinho, o gelo, o copo, o silêncio,
num lugar ermo da terra feito e madeira velha por tempo:
o ressuscitar dos nossos sentidos e voz;
A escrita germinando
nos degraus húmidos do resistir. 

Não há inverno nem verão. Ninguém fala.
Escuta-se o rumor do vento, se o vento sopra,
o silêncio das casa, da amphora.
E há vinho: natureza fresca.
E há mel, recolhido cuidadosamente no ano anterior.
Encontrámos aqui o vinho, o gelo, o copo, o corpo.
E fizemos amor.

Joaquim Alves, in “Amar Mata”, página s/n.º, edição do autor, Dezembro 2015.  

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