quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Chen Li, do Taiwan


Chen Li, imagem da net.



Tunnel

Your sobs, in the distance,
drilled a tunnel in my body.
This morning I was back again to the familiar darkness.
I entered the cell of the honeycomb wnere I belong
and waited for my sorrow to drip like honey.

In the amber hours I congealed myself,
reared by imaginary death, by
fudge of void. Silently your sobs
were tattooed on the leaves of my ears,
and then at the end of the tunnel they sparkled into a

transparent rain tree.

Search for its shape, not its entrance.
A tunnel passes through a life of distress to connect you and me.

 

 
Túnel

Seus soluços, na distância,
perfuram um túnel no meu corpo.
Esta manhã, voltei para a escuridão familiar.
Entrei na célula do favo a que eu pertenço
e esperei que minha tristeza gotejasse como mel.

Nas horas da âmbar eu congelei-me,
criado pela morte imaginária, pela
mentira do vazio. Silenciosamente seus soluços
foram tatuados nas folhas dos meus ouvidos,
e, no final do túnel, eles brilharam numa

árvore de chuva transparente.

Procurei a sua forma, não a sua entrada.
Um túnel atravessou uma vida de angústia para nos conectar.

 
Chen Li, in “The Edge of the Island”, página 152, edição Bookman Books, Taiwan, 2014.

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