sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Severino Moreira


Severino Moreira, imagem da net.



SORRISOS SEM PELE

Gosto de um sorriso sem pele
Que eu colho e não nego
Por me trazerem alento e aconchego.

Fatiguei-me dos que são maquilhados,
E teimando plagiar girassóis
Deixam-se medrar a eito pelas ervas do despeito…
Ferem-me os sorrisos formais
Que ardilosamente insinuantes
Simulam brotar das entranhas do peito.

Gosto mais
De um sorriso sem pele
Que só alma boa gere e impele.

 
Severino Moreira, in “Desconexões” (andar pelas fragas do caminho), 2.ª edição, revista e aumentada, página 73, edições Temas Originais, 2016.

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