quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Fátima Guimarães


Fátima Guimarães, imagem da net.





 
Não, não quero ser musa, nem ninfa, nem sereia.
Não quero ser palavra calada
nem sonho à margem do desejo.

Quero ser em ti mulher inteira,
aquecer a alvura fria dos lençóis.
Quero ser em ti o sol
duma amena tarde de outono.

Quero-te antes que os sonhos morram,
antes que hibernem em si mesmos.
Quero-te, agora, ao entardecer,
na urgência de quem teme não amanhecer.

 
Fátima Guimarães, in “a voz do nó”, página 58, edição da Autora, Novembro de 2014.     

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