quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Emanuel Lomelino


Emanuel Lomelino, imagem da net.



ALBERTO CAEIRO

Agora que os perfumes se antecipam aos olhos
e a verdade das pedras foi revelada
não sobram palavras certas nem erradas
para fazer a distinção entre o homem e a natureza.

Agora que os horizontes estão mais perto
ao alcance dos dedos corroídos pelo tempo
não existem segredos invioláveis
nem medos que a razão saiba ocultar.

Agora que o azul se mostra um caminhante
e as pedras são seres com ideias fixas
não sobram palavras por inventar
tampouco existem verbos que se conjuguem.


Emanuel Lomelino, in “Poetas que sou”, página 49, edições Lua de Marfim Editora, Janeiro 2013. 

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