quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Jorge Vicente


Jorge Vicente, imagem da net.





5.

no meu ventre, uma infinita nascência  de verbo
e a ânsia furiosa de nomear o mundo

esta uma palavra, esta uma combustão
silenciosa de partículas,
aqui um homem e a matéria dentro dele:
uma supernova

aqui um risco dentro da verdade,
ali o silêncio da metáfora.

toda a literatura
toda a tradição
num baixo-corpo
prenhe de linguagem.

Jorge Vicente, in “cavalo que passa devagar”, página 10, edições volta d´mar, Maio 2019.   

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