sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Os trunfos da riqueza


Imagem da net.





Num êxodo capital
onde transgridem sem rodeios
os devaneios promíscuos,
que desvalorizam o rigor
deste paradoxo social,
como quem fecha suas pálpebras
quando sente passar o inconveniente.

Tudo fica sem retorno
sem restauro
numa ímpar desigualdade
de intensa amplitude.

Assim se esmagam
as maiorias do desconsolo,
que mesmo com todos os pruridos
recebem no silêncio mais profundo
a invisibilidade daquilo que necessitam.

A riqueza sem trunfos,
que é a da caminhada dum povo,
se desvanece sem resistência.
Os calcanhares são consumidos
pelos aquiles que os sustêm
e todos os rebanhos
passam a sofrer a sua dor mais intensa,
sem quaisquer alternativas.

António MR Martins

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