Luís Filipe Sarmento, imagem da net.
25.
Não é lacuna de louco o silêncio entre a dúvida
nem o desdém pelo castigo divino como uma prisão
do destino; nem o louco é alienado
perdido nas distâncias do mar quando o mar é
a maré dos irrepetíveis horizontes como páginas
da infindável biblioteca que busca em todas as margens
das pedras. Percebe o louco as efabulações
sobre o temor do vazio cedendo à ignorância
o paraíso dos ausentes. Entre a merca dos sacrifícios
passa o louco, soletrando o que lhe ocupa o recanto da
memória
para que a existência seja mais do que uma oração.
Luís Filipe Sarmento, in “KNK”, página 60 – (Morte de deus), poética edições,
Maio de 2019.
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