segunda-feira, 9 de março de 2009

Faço vinho das tuas lágrimas

Falo uma língua tão antiga
Que trago as mãos em calos
Nascem letras para uma cantiga
Nos enxertos dos teus bardos
Amo-te mulher em todas as prosas
Sou o maior dos perversos
Não despedaço corações, nem faço mossas
mas nascem-me espinhos nos versos
Tua alma espreita-me na poda
É mosto a fermentar os segredos
vício de vinho que não sai de moda
Por isso esmago com os pés os medos
Por isso sou farinha nesta roda
E o pão cresce no teu corpo de vinhedos
José Ilídio Torres

2 comentários:

jose ilidio torres disse...

Gratidão e amizade António. Um óptimo dia de lançamento para si.

António MR Martins disse...

Meu sincero agradecimento.
Abraço