sexta-feira, 10 de abril de 2009

as partes partiram-se, e a metade, de quem são agora feitas,
é do tamanho de uma lágrima. à partida tudo é permitido,
assim como ao ocaso, e pode faltar tempo, espaço, pode
faltar vontade, mas a lágrima que tem de ser chorada há-de
encontrar sempre um canto. tenho saudade de ter-te por
perto, como às lágrimas, saudades de te chorar rosto abaixo,
lentamente e ficar aqui a morder a tua falta, magoa, dói em
sítios que eu sei lá. porque há lugares, feitos de lágrimas, no
meu corpo, lugares teus, lugares de ninguém.
Margarete da Silva "Mar"
in "casa aberta", blogue da autora
foto da autora, de Luís Belo

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