quarta-feira, 3 de novembro de 2010

no teu verso

vi o teu verso solitário frente ao mar
altivas ondas cobriam a costa
e o horizonte do seu olhar
estava aquém da subtil linha
onde se constroem sonhos.

vi o teu verso obscurecido
olhar o mar em rebentações fortes
e as nesgas de areia cansadas
suportando resignadas
os salpicos de espuma branca.

vi o teu verso afastado de ti
a olhar de longe a neblina
que sem pudor enroupava o molhe.

e as gaivotas planavam...
tão poucas...
tão vadias!

no reverso do teu verso
despontava um sol
com odores de madrugadas
e um sorriso num olhar de inquietação
por manhãs claras.

e as gaivotas planavam...
e eram tantas...
tão vadias!

Teresa Brinco Oliveira

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