segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Prisão eterna

Olho-me no espelho sem me reconhecer
nada do que vejo é reflexo do meu ser
quão embaciada pode uma imagem ficar
não vislumbro o que tanto me atormenta
mas é desta dor que meu corpo se alimenta
do que me consome não me consigo libertar

Caminho pelas ruas desertas deste mundo
palmilho um destino com desgosto profundo
e não há fuga possível desta minha prisão
sou castigado pela minha atitude cobarde
por ter falado de sentimento muito tarde
e na hora devida, ter calado uma paixão

Sofro por um destino cruel, auto-infligido
por uma torpe e vil timidez fui acometido
assim perdi a oportunidade de ser amado
pelos dedos deixei fugir a minha felicidade
mesmo não mentindo, ocultei toda a verdade
e para sempre ficarei preso ao meu passado

Emanuel Lomelino

1 comentário:

Manu disse...

Poeta!
Bem... isto hoje é uma roda viva de pessoal a obsequiar-me com surpresas. Primeiro a Céu Rosário, agora o amigo. Só me resta agradecer o destaque que aqui faz, obrigado.
Forte abraço