Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
Irei beber luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in livro Obra Poética, Poesia, edição definitiva, da editora Caminho (página 54)
2 comentários:
Deixo-lhe um forte abraço de PARABÉNS.
António
Muito obrigado. Abraço retribuido.
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