sábado, 6 de novembro de 2010

Vestes outonais

São pétalas de secura
Levadas pelo vento
Em pesos de melancolia

São folhas ao abandono
Sem eira nem beira
Perdidas sem ter sono

São aves que partem
Para terras de origem
Na presença das nuvens

São tempos de loucura
Onde ventila o lamento
Em demorada ventania

São o aloirar do trono
Das folhas em madeira
Ao sair do mês nono

As ilusões se abatem
Na chegada da fuligem
No Outono dessas origens

Este frio nos carrega
Para a quietude do lar
Neste Outono que chega
Com lareiras a crepitar

A cama nos aconchega
No conforto do deitar

António MR Martins

imagem in http://orizamartins.com/ (Sinfonia de outono), na net

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