quarta-feira, 1 de maio de 2013

A palavra pereceu (pura ficção)


Me entonteceu o declinar da palavra
sem a plausível justificação para tal;
senti no sabor a boca bem amarga,
num paladar tão diverso e desigual.

Revolveram a falta do valor imenso,
que representa a escrita num papel;
omisso num contexto não propenso
e tão sentido como tela sem o pincel.

Esqueceram as metáforas e as vogais,
consoantes, sílabas e as preposições,
adjectivos e as conjugações verbais.

Não foram permitidas mais ilações,
nunca mais legendaram os vitrais
e deixaram de emitir as certidões.

 
António MR Martins

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