114 - Paulo Themudo
Aos suspiros…
As noites, passadas, chorando…Aos gritos!
Saudade de tempo, de tanto!
Aos gritos, aflitos!...
Aprisionei-me consciente, glória meus dedos
apontando as alturas sorridentes, trémulos, apavorados, olhar gélido petrifica
a rocha tamanha do tempo.
Das tantas chuvas, lamento, presente nas lutas,
minhas, dói-me navegar, apunhalado de vidas, meu mar ao altar do ser voltou, um
ondular fez-me, chegar…
Acredito em tanto, em mim, fico, observando sem
perceber, sem significado, como se o nada fosse tudo e tudo o meu corpo,
desafiando os dias onde deambulo, logrando nas cores do meu profundo, um lugar
terreno com destino…
Aos suspiros…
Dói-me, lembrança desses tempos, as luzes
geladas recolhendo o corpo adormecido, as mãos de palavra, semelhantes ao ter
tudo, ser, desconhecido e querido.
Lembro-me…Grito!...
Com dor… Suplico…
Apavorado vou às cercas do meu passado, rebusco
no homem desertado, vontade, crescimento, louvando céus de gente, desfrutando
de um pequeno sabor, natureza magnífica de um sonho, suspiro…
Grito!...
Dói-me, voltar…
Dói-me, chegar…
Suspiro… Devagar.
Aguardo.
Paulo Themudo
in livro
“Um Punhado de Sombras”, página 9, edições Temas Originais, Coimbra, 2009.
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