quinta-feira, 25 de julho de 2013

Acatando



Acatei o teu desejo
mesmo pensado por nós,
que permitiu o ensejo
de poder ouvir tua voz.

Acatei tantas presenças
algumas delas daninhas,
esquecendo desavenças
entre caminhos e linhas.

Acatei no teu olhar
um síndrome dos mais belos…
metáfora do despertar
alheado de chinelos.

Acatei esse sorriso
frescura pelas manhãs,
aconchego que preciso
entre camas e divãs.

Acatei no tempo fora
as raízes do teu ser
na auréola que decora
fascículos do meu viver.

Acatei sonhos passados
e tantos outros vividos…
felizes, embriagados
ou tristes e sofridos.

Acatei a saliência
da tua moldura única,
apogeu da evidência
tapado pela túnica.

Acatei o acatado
no recato ou esplendor,
desse ser assombrado
pelo meu simples amor.

 
António MR Martins

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