domingo, 28 de julho de 2013

Vera Sousa Silva




Tempo acabado de um poeta

 
O tempo come-te a carne
e vomita flores perfumadas,
selvaticamente.

Ardem os livros
no inferno da Palavra
e o gosto a mel
percorre-te a língua, ávida.

Queixumes e lágrimas
acordam o Poema sagrado,
que desfaz a iliteracia
e aplaude o Poeta
compassivo do tempo
que come carne
e vomita flores.

Vera Sousa Silva, in ”Bipolaridades”, página 46, edições Lua de Marfim, Póvoa de Santa Iria, Maio de 2012.

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