sábado, 12 de outubro de 2013

Cristina Pinheiro Moita




Jardim das Rosas

 
Guarda bem este poema
se eu morrer não vale nada
o que vale são as penas
e as penas voam por nada.

De tudo o que vale a pena
foi o que encontrei demarcada
quando eu morrer fecho os olhos
e a pena pára deitada.

Não quero precipício de nada
só o fogo e a alvorada
e a minha cinza espalhada.

De barco
nas águas.

No jardim das rosas.

No rio Tejo.

- Onde eu amei!

Sem pedir nada.

 
Cristina Pinheiro Moita, in “Falua da Saudade”, página 40, edições Lua de Marfim, Agosto de 2011.  

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