segunda-feira, 7 de outubro de 2013

por demais quedos


Imagem da net, em: www.maratozatto.blogspot.com


quedam-se horizontes perdidos
entre o verbo da perfeição
onde desejos desabridos
são temores do coração

quedam-se poltronas paradas
nas memórias do tempo morto
passagem pelas descobertas
entre o sonho e o mundo torto

quedam-se tantas intempéries
ávidas de transformação
onde amolecem todas as terras
pelo melindre da constatação

quedam-se tenazes viçosas
roliças até mais não
imperfeitas e asquerosas
no acerto da congeminação

quedam-se existências fadadas
em maleitas putrefactas
resquícios das debandadas
para as terras inexactas

quedam-se os militantes do povo
perdidos na ingenuidade
não encontram nada de novo
que sustente a felicidade

 
António MR Martins

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