quinta-feira, 3 de outubro de 2013

não há volta a dar ou ainda é tempo de ter esperança




fecundada terra
berço de tantos desertos da imaginação
em brancas perdidas entre o lume da vida perturbada
em carências e direitos
onde o raiar se omite a cada instante
mágoa de sentidos e
pretexto de negações

nesta azáfama publicitada de desvalores
ultima-se a discórdia corrente
mas o receio instala-se à flor da pele
e nada se consegue vincar em conformidade
numa lastimosa desatenção contínua
pelos enredos de baixa índole e rasteiros no seu delinear

apoquentamo-nos
mas aparvalhamo-nos
de grosso modo
e as palavras não fazem gerar a força consistente
que permita tentar modificar
este rumo de autêntica asfixia social

 
António MR Martins

Sem comentários: